Alexandre Schwarzbold

Nutrição e envelhecimento

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Kantar mostrou que o Brasil está em busca da saúde e bem-estar durante o ano de 2023. Ao todo, a pesquisa ouviu 14.506 pessoas de 15 países, entre 18 e 69 anos. O estudo tinha como objetivo compreender os costumes e as maneiras da sociedade em relação aos hábitos saudáveis. Segundo o levantamento, 91% dos brasileiros estão interessados em melhorar ou manter a saúde e o bem-estar.


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Nesse cenário de conscientização sobre hábitos alimentares saudáveis, na coluna anterior comentei o que as pesquisas mostram, ou consolidam, sobre proteção contra doenças crônicas e envelhecimento. Agora comento o que é fato ou ficção – ou dúvida – nessas dietas, pois, como já descrevi, atuar na dieta é uma das formas mais acessíveis de intervir no envelhecimento.


Fato e ficção alimentar 

Alguns pesquisadores refutam os mitos mais difundidos que circulam sobre nutrição e longevidade. Em primeiro lugar, em relação aos laticínios, não é verdade que o iogurte não é útil para os idoso. É mito que os idosos não possuem as enzimas adequadas para digerir o iogurte e que é apenas para crianças ou jovens em crescimento.


Os laticínios não são importantes por suas proteínas, mas pelo teor de cálcio e vitamina D. São elementos fundamentais em todas as idades, mas principalmente no envelhecimento, quando há perda óssea secundária ao próprio envelhecimento e um aumento risco de osteoporose e fraturas associadas. Especialmente em idosos, a fratura do quadril está associada a adoecimento e morte.


Açúcares e carne

Sobre o “fato” de que os açúcares das leguminosas e do pão são prejudiciais, não é verdade. Além do açúcar, as leguminosas contêm fibras e outros antioxidantes importantíssimos, assim como o pão. A diferença é a quantidade, como em todos os alimentos. Pelo contrário, os açúcares refinados, como bebidas açucaradas etc., devem ser evitados, pois estão diretamente relacionados com doenças cardiovasculares e obesidade.


Quanto ao ditado popular “não coma carne”, não é correto, pois carnes vermelhas e peixes, inclusive peixes oleosos, são ricos em proteínas, vitaminas do complexo B e ferro e, portanto, são necessários.


Como sempre, é a quantidade que deve ser limitada, principalmente carne vermelha. Reduzir a carne vermelha e substituí-la por carne branca, já que as primeiras são ricas em gorduras saturadas que produzem mais colesterol.


E o vinho?

Ainda se tem muitas dúvidas sobre o uso. Hoje, como regra, o vinho em pequenas quantidades, “uma taça no almoço ou jantar”, pode ser benéfico pelo seu poder antioxidante, mas acima dessas quantidades, o poder negativo do álcool predomina sobre seus benefícios.


Dia Nacional de Combate ao Fumo

No último dia 29 de agosto se celebrou o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização da população para os danos sanitários, sociais e econômicos causados pelo tabaco. Fumar aumenta em 20 vezes o risco de se adquirir um câncer de pulmão, por exemplo.


Mas não apenas a neoplasia pulmonar é o desfecho possível do uso do cigarro. O tabagismo está associado a uma média de 162 mil mortes por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).


Cigarros eletrônicos e câncer

Mas o alerta neste momento vai para os riscos de utilização dos cigarros eletrônicos, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), como são conhecidos esses tipos de equipamento, podem elevar os índices de câncer na população mais jovem por serem mais palatáveis que os tradicionais e, por isso, utilizado com grande frequência nessa faixa etária.


Cerca de 20% dos jovens entre 18 e 24 anos no Brasil utilizam os DEFs e isso parece ter aumentado nesses últimos três anos de epidemia. De acordo com o Inca, os DEFs não são inofensivos, possuem diversas substâncias tóxicas além da nicotina e podem provocar doenças graves e incapacitantes.


Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. Apesar disso, os dispositivos continuam a ser comercializados no país.


*Os textos publicados neste espaço não expressam a opinião do jornal

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